
Os povos orientais, principalmente os chineses e japoneses, têm como uma de suas práticas pedagógicas e espirituais aquilo que conhecemos por culto aos antepassados,
a fim de honrar a memória dos antigos, bem como em criar um voto de gratidão para os que partiram. No budismo, há ainda outros valores, como a intenção de promover um ato de compaixão, no altar de Buda, àquele que se foi, bem como a todos os seres sencientes.
Do ponto de vista do budismo, a morte é vista como transformação, talvez o momento de maior impacto, que o próprio Buda experimentou e denominou de Parinirvana.
Daquilo que conhecemos por impermanência, a morte é considerada como um dos estados. No texto Shoji – Vida e Morte, Eihei Dōgen diz que “quando existir Buda dentro da vida e morte, não haverá a ilusão da vida e morte”. Esta ideia é complementada em outro texto, o Shushogui: “simplesmente entenda que vida e morte em si são o Nirvana”.
De qualquer forma, a morte é entendida como uma ruptura, que envolve sentimentos entre os familiares e pessoas relacionadas. Por isso, a cerimônia serve como veículo apaziguador e de expressão dos sentimentos mais profundos do ser humano, de doação e de agradecimento, tanto ao antepassado como também, como ensina o budismo, a todos os seres vivos sem discriminação.
Nos 49 dias que se seguem após a morte, conforme os ensinamentos, o ser em transformação, aquele que partiu, fica no “mundo intermediário”, sem se desligar totalmente da vida anterior, mas sem poder avançar diretamente para o “mundo dos seres iluminados”.
Tanto no Japão como nos demais países do oriente, costuma-se cantar os sutras diariamente, com a presença de um oficiante. Outras vezes, somente a cada 7 dias o oficiante é solicitado ao templo para os devidos ofícios. Este costume não se desenvolveu nos países que receberam os imigrantes. Normalmente, uma cerimônia pós morte é pedida no 7º dia, seguindo-se a dos 49 dias. Posteriormente a essa data, outras cerimônias são realizadas, de acordo com vontade da família.
Este ato de realizar uma cerimônia não consiste numa obrigação religiosa, colocada de maneira arbitrária pela instituição a quem pertence a família. Antes de tudo, as cerimônias devem servir como prática do bem comum, que envolva reconhecimento e atitude de altruísmo diante do outro. Dessa forma, o culto aos antepassados não se realiza apenas nas cerimônias formais, mas nos lares, nos altares domésticos, caso existam. Não existindo, o altar do coração, um símbolo do nosso sentimento, deve ser cultuado através de uma prática de vida correta, como dita o próprio budismo, visto que cultuar os antepassados é manter acesa a chama da compaixão e a sabedoria no relacionamento entre todos os seres existentes. Afinal, o culto aos antepassados não se faz de forma isolada dos ensinamentos budistas.
A Cerimônia aos Antepassados é realizada no Templo Busshinji ou nos lares, nos altares domésticos, e está aberta a todos os interessados, independentemente de sua crença, mas respeitando a tradição do Zen budismo.
Falecimento
No dia em que ocorreu o falecimento, de corpo presente, no funeral.
1 semana
Cerimônia de 1 semana (de acordo com a vontade da família).
49 dias
A contar do dia do falecimento, no 49º. dia, acontece esta cerimônia. Normalmente costuma-se realizar este ato, num sábado ou domingo, antes de se completar a data dos 49 dias.
1 ano
Cerimônia de 1 ano
3 anos
A Cerimônia de 3 anos deverá ocorrer no início do terceiro ano do falecimento, e não quando se completa 3 anos.
As cerimônias memoriais seguintes a esta data devem seguir o mesmo procedimento.
7 anos
Cerimônia de 7 anos
13 anos
Cerimônia de 13 anos
17 anos
Cerimônia de 17 anos
23 anos
Cerimônia de 23 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos
27 anos
Cerimônia de 27 anos